domingo, 6 de setembro de 2009

Do entender

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito.

O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

2 comentários:

  1. Confesso o meu encanto, apesar de desconhecer essas palavras. Mas tantas frases vejo dessa escritora que só posso concluir que sou eu, que não a conheço, que estou em falta...

    E não... não me pareces louca. Talvez gostasses de o ser, para poder olhar de lado este mundo estranho, mas não és mais louca que os pássaros que emigram meio mundo, à procura do verão.
    Não sabem porque o fazem, mas algo nas suas entranhas os empurra.
    Assim me pareces tu. Algo nas entranhas ( ou nos olhos ) te empurra nesse designio de gaivota na praia.

    Perdoas este comentário intrometido?

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  2. foi sentado numa pedra, com os cabelos bagunçados ,,era mes de janeiro ao redor aguas salgadas ,parecendo uma ilha um olhar a cada vento, fui fechando os meus olhos ,e transformei em sentimentos ,fui mentindo para o tempo ,em dizer que não sofria ,esse tempo foi passando, e não me deu tanta alegria, da garota que eu gostava que eu dizia tanto amar ,tanto crer que um dia desmanchou como eu queria..como uma onda faz no mar ,que a borracha apagaria ,das cenas que eu guardava e do papel que eu dobrava ,que hoje esta bem ...no fundo do oceano!!! "ERIC AGRA" ei menininha ..essa é a musica que te falei .ta massa seu blog viu vo entrar toda hora ..parabens .beijo

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